segunda-feira, dezembro 18, 2006


Jovens pelo "não" defendem que a vida não tem prazo de validade

Carolina Reis
Cerca de quatro dezenas de jovens reuniram-se para a apresentação do movimento Diz Que Não
"Acreditamos que entre 1998 e 2007 a vida não perdeu valor, pelo contrário, é mais evidente e observável." Foi com esta frase que Manuel Nobre Gonçalves, de 20 anos, justificou a criação do movimento Diz Que Não, constituído por jovens, que pretende apelar ao "não" no referendo de dia 11 de Fevereiro sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG) até às dez semanas. Na apresentação do movimento, ontem à tarde em Lisboa, no Bar do Rio, os jovens questionaram a validade das dez semanas como prazo para interromper uma gravidez. "Queremos que as pessoas compreendam que não há razoabilidade quando através de legislação se estipula que a vida até às dez semanas não tem valor e a partir das dez semanas já tem", afirmou Manuel Nobre Gonçalves, que também é um dos representantes do Diz Que Não, perante cerca de quatro dezenas de jovens. E questionaram a legitimidade do Estado para definir o prazo da IVG. "Qual é a racionalidade desta lógica? E quem tem legitimidade para estipular o prazo de validade de uma vida? O Estado?" O Diz Que Não afirma que um dos motivos da criação do movimento é a necessidade de mostrar que existe uma juventude "que não compreende que a vida tenha um prazo de validade e consequentemente, algures, não tenha valor". Defendendo que a IVG é um drama humano, consideram que ela não é um método contraceptivo, nem uma luta política. Brigadas Diz Que NãoO movimento pretende fazer uma campanha moderna virada para os jovens, principalmente para os que não tinham idade para votar em 1998. "É o voto dos jovens que pode dar um rumo diferente a este referendo", afirmou Catarina Almeida, 20 anos, outra das representantes do Diz Que Não. Para passar a mensagem o Diz Que Não vai realizar várias sessões de esclarecimento em locais onde se concentram, habitualmente, os jovens (universidades e escolas) e desenvolver acções de sensibilização "que despertem a atenção de toda a gente para a importância de valorizar a vida". A campanha do Diz Que Não será operacionalizada através das Brigadas Diz Que Não, compostas por grupos de jovens voluntários. "As Brigadas Diz Que Não vão andar na rua, identificadas com o movimento, em locais onde se encontram outros jovens, onde desenvolverão acções de esclarecimento e sensibilizarão o público para a questão da valorização da vida", afirmou Marta Pestana, 20 anos, também representante do movimento.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Força jovens, este NÃO é vosso e por vós, futuro do nosso país!

janeiro 10, 2007 1:08 da tarde  

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