terça-feira, fevereiro 13, 2007

Pelo Sim, pelo Não

Tem-se por hábito dizer que as mentalidades não mudam por decreto. Duvido que alguém saiba quantos decretos serão necessários para o fazer, mas parece-me a mim que o resultado deste referendo será o suficiente. Daí, pelo Sim, pelo Não, gravar estas últimas linhas sobre o assunto.

Fica aqui o registo para que ninguém esqueça a discussão que existiu. Uma discussão que serviu para definir os limites do bem e do mal, do aceitável e do descomedido. Um debate que lacrou em todos nós, as consequências, a problemática, o peso físico e psicológico que constitui o aborto e que por isso mesmo, deve significar sempre a última das últimas instâncias a recorrer.

Mas a geração que hoje nasce, nunca irá assistir a esta discussão. Bem sei que me podem dizer que o papel da família é fundamental na construção das gerações vindouras, mas infelizmente, por saber que essa está cada vez mais ausente, é que temo que, na dita geração, a lei agora votada e consentida, tenha um efeito mutativo e torne o aborto aceitável, banal e perfeitamente normal. Serve então este alerta, para que apesar deste passo, nunca se caia num facilitismo, nem num trava-consequências a qualquer custo.

Que antes da última instância, exista a montante, toda a liberdade do mundo para escolher as opções que evitam a consequência. Mas que ao gerar-se esta consequência, exista uma cultura de responsabilidade que seja tanto maior, quanto mais amplas forem as opções. Só assim, teremos uma sociedade que acredita no sonho perpétuo de mudança quaisquer que sejam os cenários, qualquer que seja o modelo de Estado vigente, pois até o mais perfeito necessita ser limado! Que nunca desresponsabilizem o Estado de resolver, por si, ou através de terceiros, todos os obstáculos que apareçam no quotidiano social. Não se demitam, nunca, de alcançar esse desígnio.

Mas a geração que hoje aprovou o aborto admitiu, sem sombra de dúvida, ser incapaz ou estar demasiado cansada e frustrada para deixar o sonho comandar a vida e por sua vez alterar o estado de coisas. Rendeu-se às dificuldades.

Que ao futuro não aconteça o mesmo!
Pelo Sim, pelo Não, aqui fica o aviso.

João Maria Condeixa

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Mega Encerramento de Campanha



O "Alentejo pelo Não" convida-o a estar presente, amanhã, sexta-feira no MEGA ENCERRAMENTO DE CAMPANHA, pelas 19.30h, no Jardim do Paço (junto ao templo romano), em Évora.


O jantar contará com uma série de individualidades já confirmadas:
  • Paulo Portas
  • Fernando Negrão
  • Matilde Sousa Franco
  • Bagão Félix
  • Laurinda Alves
  • Maria João Avillez
  • Luís Pedro Mota Soares
  • Assunção Cristas
  • Filipe Anacoreta Correia
  • Pedro Roseta
Muitos se irão juntar a estes, certamente!

Venha também!
P/p = 12€

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Debaixo de escombros

Tenho um Estado mesmo visionário. Tem uma enorme capacidade de compreender o futuro. Sabe todas as dificuldades financeiras que atravessa e reconhece-as perante a opinião pública. Partilha esses problemas para assim justificar as decisões a tomar e a revolta não ser tão grande.

Mas este Estado, que inclusive conhece o seu futuro demográfico ( que de Inverno mediterrânico passará a siberiano num curto espaço de tempo), prefere aplicar os seus escassos fundos em políticas "libertadoras" da mulher do que em políticas libertadoras de toda a sociedade. Apoio aos tratamentos de natalidade e fertilidade que visam trazer alguém ao mundo é mentira, mas para esbarrá-los, já pode ser.

E nessa lógica, perde-se a tal liberdade geral de que falava: menos um a nascer, menos um a trabalhar, menos um a contribuir, menos um a descontar, menos um a suportar esta lógica de Estado pesado que temos, mas que não defendo, e consequentemente, menos liberdade de todos e para todos! Quanto mais peso menos liberdade, não é assim? Se o peso aumenta, quem sou eu para fugir aos escombros?

João Maria Condeixa

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

"BORA" LÁ ! ! ! ! ALENTEJO PRESENTE!

Vão ao site www.megaencontrovotanao.org votem e marquem visto na ida ao Coliseu. Vai ser o nosso último "Grito" de apelo à Vida, de dizer NÃO ao Aborto.
É esta unidade que tem espantado Portugal. Daremos tudo por tudo até ao fim...

ALENTEJO PRESENTE!!!

DEBATE NO HOTEL DA CARTUXA CANCELADO

Foi noticiado nos meios de comunicação social, um debate, a realizar hoje, segunda feira, no Bar dos Mercadores - Hotel da Cartuxa.
Infelizmente e com muita pena nossa, o debate foi CANCELADO, devido à realização de mais um PRÓS E CONTRAS, hoje à noite na RTP1.
O nosso painel de convidados, Laurinda Alves, Tiago Duarte e Filipe Anacoreta Correia, pelo NÃO, apesar de terem confirmado a sua presença em Évora, tiveram que cancelar a sua vinda, uma vez que estarão presentes no debate de hoje à noite em Lisboa. Pela parte do SIM, entristece-nos a falta de motivação demonstrada na participação deste evento, negando-se à participação, ao debate cívico e esclarecimento de ideias.

ALENTEJO PELO NÃO PRESENTE NO JANTAR DE MULHERES PELO NÃO





JANTAR " MULHERES PELO NÃO"






sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Progressistas rendem-se ao cansaço?

Durante a presidência de Salazar ou já até na Primavera Marcelista, muitos progressistas (da direita à esquerda) exigiam que o Estado tinha de acautelar devidamente a vida das crianças desprotegidas. Tinha de criar ou melhorar as condições das maternidades, as condições de adopção, de educação básica, enfim, tinha de criar uma rede que protegesse o futuro. O princípio é louvável, o método é que está reconhecidamente errado. O Estado não deve, nem pode suportar toda essa rede. Mas deve possibilitar que se assegure o futuro!

Entretanto o tempo passou, os progressos científicos e tecnológicos fizeram-se sentir e os progressistas (reforço, da direita à esquerda) exigiram a adopção de métodos que prevenissem problemas vincadamente sociais. Mas fizeram-no a montante: exigiram mais informação, exigiram a adopção de vários métodos contraceptivos (gradualmente até à pílula do dia seguinte), exigiram novamente a flexibilização da adopção, exigiram a criação de instituições já fora do aparelho do Estado para protegerem Mães e crianças e exigiram que o Estado criasse, mas mais importante, que deixasse criar, condições socio-económicas para que o futuro, mais uma vez, não fosse posto em causa. Sentiram esse dever moral.

É mais que certo que para mim, este percurso ou esta maneira de entender o Estado ainda não é aceitável. Mas vê-se um percurso nesse sentido. Há ainda esperanças que o Estado, por ele, não precise, nem tenha de se preocupar com a fragilidade do futuro. Mas certo é, que até agora os progressistas souberam caminhar sempre a montante da questão, porque teimam agora em progredir a jusante? Será mesmo progressismo não assegurar o futuro? Ou a esperança morreu na praia?

João Maria Condeixa

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

A DEMAGOGIA DO SIM versus O TRABALHO E OBRA DO NÃO

Primeiro que tudo, gostaria de saber por parte de TODOS os defensores do SIM, qual o projecto por eles fundado ou qualquer serviço por eles criado que possibilita dar apoio às mulheres e famílias em situação crítica?
A ajuda não passa por liberalizar tudo aquilo que possa arrastar os fragilizados para um sem número de situações sem retorno que promovem maior degradação pessoal e humana e económica.
Situações essas a que depois os Sim voltarão as costas às vitimas e culparão (como sempre) o sistema do estado por ser pouco social e de sustentar um capitalismo imperialista de direita em detrimento do povo assalariado.
Francamente, mostrem trabalho feito ao serviço daqueles que tanto apregoam como sendo vítimas de discriminação e humilhação e possivelmente terão legitimidade para abordar este tema.
Tanto quanto sei e é público o NÃO e os seus defensores, fundaram ou criaram cerca de 45 instituições (SEM FINS LUCRATIVOS) para apoiar as mulheres e crianças que vivem em situações miseráveis e que supostamente não teriam outra solução senão abortar. Gostava de saber qual o trabalho dos do Sim neste campo?
Obviamente que não se pode acudir a todos, mas salva uma vida e salvarás o mundo.
Repito - A demagogia dos SIM's versus o trabalho e obra do NÃO's.
Nuno Vaz

TEM A CERTEZA QUE SABE QUE ESTÁ EM CAUSA NO REFERENDO DE 11 DE FEVEREIRO?

A lei penal em vigor tipifica como crime a prática do aborto, previsto no capítulo dos crimes contra a vida intra uterina, isto é, a vida do feto que se desenvolve no útero materno. É o que resulta do art. 140º do Código Penal português.
Contudo, prevê excepções que pretendem salvaguardar interesses que o legislador entendeu serem merecedores de ponderação. Assim, o artigo 142º do Código Penal considera permitida a prática do aborto em determinadas situações e só nessas situações. São elas:
a) quando o aborto constitua único meio de remover o perigo de morte ou grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física e psíquica da mulher, podendo ser praticado a todo o tempo;
b) quando constitua o meio indicado para evitar o perigo de morte ou grave e duradoura lesão para a saúde física e psíquica da mulher e poderá ser praticado até às 12 semanas de gestação;
c) na situação de inviabilidade do feto, podendo ser praticado a todo o tempo;
d) no caso de previsão de doença grave ou de malformação congénita de forma incurável do feto, situação em que o aborto poderá ser praticado até às 24 semanas e
e) em caso de violação da mulher, circunstância que autoriza a prática do acto até às 16 semanas.

Quer dizer que se a mulher grávida se encontrar uma destas situações poderá, perante a actual lei, abortar.
Se neste referendo o “sim” ganhar, o aborto também não será punido se, por mera conveniência ou comodidade da mulher, for praticado até às 10 semanas de gestação. Isto é, a mulher poderá, por mera vontade pessoal, pôr fim à vida do feto que traz em si.

A lei em vigor já permite a prática do aborto em todas as circunstâncias que se consideram dramáticas para a mulher. Então, qual o motivo para liberalizar totalmente o aborto até às 10 semanas de gestação?
A VONTADE DE ABORTAR SEM MOTIVO!!!

DIGA NÃO!


Como vai Votar no referendo dia 11 de Fevereiro?
NÃO
SIM
Não sei
Abstenção